CIOs brasileiros estão mais propensos à adoção de cloud

Os projetos para processamento em nuvem privada estão mais avançados no Brasil que em outros mercados, revela um estudo global realizado pela Avanade, joint venture formada entre Microsoft e Accenture. De acordo com o relatório, 59% dos CIOs brasileiros têm iniciativas nessa área ante a média mundial, que ficou em 43%. 

Os resultados são contrários aos que o Gartner divulgou esta semana durante a VIII Conferência de Outsourcing, realizada em São Paulo, que mostra que os executivos do Brasil são os mais atrasados na adoção desse modelo.

A Avanade entrevistou 573 companhias de grande porte entre março e abril deste ano em 18 países da América do Norte, América do Sul, Europa e Ásia-Pacífico. O único país participante da América Latina foi o Brasil, onde foram abordadas aproximadamente 40 empresas. 

O objetivo do levantamento era medir o interesse e o nível de adoção do modelo de cloud computing. Foram ouvidos executivos do alto escalão tomadores de decisão como CEO, CIO e CFO.

Outra constatação do estudo que coloca o Brasil na frente é em relação ao aumento dos investimentos em TI para o próximo ano. Entre os executivos entrevistados no País, 81% disseram que pretendem ampliar os gastos com tecnologia, enquanto que esse índice mundial ficou em 55%. Parte dos recursos vai para cloud computing e soluções de segurança.

Para o diretor de tecnologia da Avanade, Hamilton Berteli, que conduziu o estudo, a intenção dos gestores brasileiros gastarem mais em tecnologia que seus pares globais justifica-se pelo momento favorável do País. “O Brasil está se tornando a estrela da economia mundial e precisa investir em TI para alavancar o seu crescimento”, acredita o executivo.

Apesar das confusões geradas no mercado sobre as duas formas de uso de cloud computing, 78% dos entrevistados brasileiros disseram que conhecem bem o que é um serviço privado. Outros 72% mencionaram este modelo como parte de sua estratégia de TI, o qual já foi adotado por quase 60% deles.

Ao serem questionados sobre fatores que estão estimulando as empresas brasileiras a investiram em aplicações na nuvem, os executivos mencionaram três razões: mais flexibilidade, maior facilidade para colaboração e eficiência.
Entre as aplicações mais contratadas pelas empresas brasileiras no modelo de cloud através de provedores comerciais estão as de email, com participação de 69%;  ferramentas para apresentação e processadores de texto (50%); e soluções de Customer Relationship Management (CRM). 

Queda de braços com áreas de negócios
Outra revelação do estudo da Avanade é a de que os CIOs estão enfrentando uma queda de braço com os executivos das áreas de negócios por causa da facilidade de contratação dos serviços na nuvem. Uma em cada cinco empresas registra compra desse serviço sem consultar a TI.

“As áreas de negócios alegam que a TI é lenta em dar respostas às demandas da empresas e acham que a contratação direta é o caminho mais rápido para ter o serviço”, constata Berteli. Ele afirma que, no Brasil, quatro em cada cinco empresas não têm políticas para punir executivos que fazem esses contratos sem controle. “A maioria dá apenas uma advertência para os que tomam decisão sem consultar a TI”, enfatiza.

Como consequência disso, uma em cada três implantações de cloud computing no Brasil precisa ser revista por não levar em consideração os aspectos de segurança. Como as áreas de negócios não conhecem regulamentações nem as normas de proteção, os projetos colocam dados sensíveis em risco.
Berteli considera que os dois times terão de chegar a um consenso.

Fonte: Computerworld