Facebook e Skype: 7 novas ideias para a Microsoft
O Facebook anunciou nesta semana que vai adicionar o Skype aos seus serviços. O especialista em VoIP cairá sob o domínio da Microsoft assim que o acordo de US$ 8,5 bilhões for fechado. Mas chamadas pela internet não são a única área onde a colaboração entre as duas empresas pode dar certo – especialmente se elas quiserem manter seus domínios tanto em mídia social quanto em software. A Apple está partindo para cima da Microsoft e o Google tem como alvo o Facebook.
Aqui está uma análise em algumas outras oportunidades que os dois gigantes podem explorar:
- Redes sociais em empresas: algumas empresas já tentam sem sucesso há algum tempo implementar uma rede social parecida com o Facebook para facilitar a comunicação e a colaboração entre os funcionários. Várias tentaram, mas nenhuma conseguiu a interface intuitiva de sucesso que conquistou 750 milhões de pessoas pelo mundo todo como ao desenvolvida por Mark Zuckerberg. A Microsoft poderia adaptar uma versão para empresas, atando ao seu Office e conectando com suas ferramentas administrativas e de segurança. Poderiam ser estabelecidos firewalls entre funcionários das empresas e presenças pessoais no Facebook. É um cenário em que a mídia social, finalmente, decolaria nas empresas.
- Pesquisa: quanto o cenário acima custaria à Microsoft? Talvez nada, ou bem pouco se, em troca da licença de interface do Facebook, compartilhasse seu mecanismo de pesquisa com a rede social. O Facebook não tem um mecanismo de pesquisa apropriado, é uma falha que pode dar ao novo Google +, do Google, uma abertura. O gigante de mídia social precisa de uma ferramenta de pesquisa e para o gigante de software, oferecer o Bing pode significar a queda do domínio da pesquisa do Google. Um acordo de partilha de lucro nos mesmos moldes do existente entre a Microsoft e o Yahoo poderia funcionar para ambas as partes.
- Apps de rede: a capacidade de compartilhar documentos, editar e colaborar diretamente em arquivos juntamente com o Facebook adicionaria um novo patamar de funcionalidade. Já há rumores de que o Google Apps será incorporado ao Google +, então o Facebook precisa retaliar. O Office Web Apps, que possui versões mais leves com base na nuvem do Word, PowerPoint, Excel e OneNote, cairia como uma luva.
- Conteúdo Streaming: a Microsoft tem disponível por meio de seu serviço Xbox Live e outros outlets pagos uma coleção de filmes, músicas, programas de TV e outros conteúdos licenciados. O Facebook não tem nada parecido. O problema da Microsoft é que, apesar de seu conteúdo ser tão bom quanto o da Apple (muitas vezes é exatamente o mesmo), não possui a distribuição da empresa, que é feita por meio do iPod, iPhone e iPad. Mas o número de pessoas cujo primeiro destino no iPhone é o Facebook, cresce cada vez mais. Conteúdo streaming da Microsoft disponibilizado por meio do Facebook faria com que os usuários não tivessem motivo para acessar sites como o Hulu e o Netflix.
- Jogos: Os usuários da rede social adoram jogos, e a Microsoft dispõe de vários. Desde o lançamento do Windows Phone no ano passado, a Microsoft Game Studios produziu uma enorme quantidade de títulos móveis, no formato XNA. A maioria dos jogos do Facebook são executados em Flash, mas o suporte para XNA não é difícil de se obter. O formato XNA na rede social permitiria aos desenvolvedores escrever para o Xbox, Windows Phone e para a maior rede social do mundo – um trio poderoso que poderia se tornar irresistível para os desenvolvedores que são atualmente fiéis a App Store da Apple.
- Notícias: Em virtude da sua participação na MSNBC, a Microsoft possui acordos de licença de notícias em tempo real, como a NBC, e a sidebar do Facebook tem muito espaço e está pronta para feeds de notícias personalizadas. Mais uma vez, é fato que o Google+ será integrado com o Google News, então o Facebook precisa criar uma resposta rápida.
- Fusão? Com todas essas potenciais sinergias, será que a Microsoft deveria tentar adquirir os direitos do Facebook? Sim. O tema comum em todos os itens acima é que a Microsoft tem várias plataformas e serviços que funcionam bem e juntamente um monte de porcaria, que acaba caindo no desgosto do usuário. Mas o Facebook é o único competidor frente ao Google como o site mais visitado do mundo.
A Microsoft reconheceu tacitamente sua fraqueza em portais quando tentou um acordo com o Yahoo, há dois anos. O acordo não foi fechado por conta dos conflitos de personalidade entre Steve Ballmer e o então chefe da Yahoo, Jerry Yang. Essa falha deveria ser encarada agora como uma oportunidade. O Facebook seria uma aquisição mais valiosa, uma que poderia acabar com o Google, se combinada com os conteúdos certos – e isso a Microsoft tem.
A junção dos dois gigantes produziria uma simetria agradável. Ballmer provavelmente ficará mais uma década dirigindo a Microsoft. Mark Zuckerberg poderia assumir seu papel depois de um período de transição. Ele é o tipo de visionário que tem feito falta na empresa desde que Bill Gates se relegou ao papel de presidente de conselho desinteressado.
Quanto vale o Facebook? Em 2007 a Microsoft comprou uma parcela de 1,6% da empresa por US$ 240 milhões, isso contava com um valor total de US$ 15 bilhões na época. Desde então, a rede social chegou ao patamar de “sistema operacional social”, vale facilmente US$ 60 bilhões hoje em dia. O gigante de software é uma das poucas empresas que podem pagar esse preço. O acordo poderia funcionar – a Microsoft deveria tentar.